Tuesday, August 17, 2004

Comentarios Divaldo Pereira Franco

Comentarios Divaldo Pereira Franco
Questões e Comentários
Divaldo Pereira Franco aborda as questões das Guerras e da Violência (Trecho da entrevista publicada no Jornal "A Tarde" - Salvador/BA - do dia 09/09/2001)
P - A humanidade cada vez se materializa mais. Mas existem alguns paradoxos. Enquanto é cada vez maior o número de adeptos de seitas e religiões que usam o demônio para se chegar a Deus e o islamismo se torna cada vez mais radical, no catolicismo e no espiritismo parece haver um refluxo. Porque?
R - Na realidade, vivemos um momento de transformações históricas muito graves porque o homem moderno, que logrou da ciência e da tecnologia alargar os horizontes do mundo e penetrar nas micropartículas, não conseguiu encontrar a paz. Mas em realidade nunca houve tanta fé e tanto amor como nos dias atuais. Sucede que os veículos da mídia, por um processo natural de informação, trazem a nosso conhecimento notícias impactantes e elas quase sempre são as da tragédia e da aberração, dando-nos uma paisagem que não corresponde à realidade. Vemos, também, que, se as doutrinas novas estão arrebanhando multidões, os centros espíritas e as igrejas católicas estão superlotadas de fiéis buscando respostas. Acreditamos que -- passado esse entusiasmo inicial dos que desejam o reino do céu comprando Deus na Terra ou fogem para Deus fugindo do seu antípoda, o Satanás -- as pessoas despertarão, como já vem ocorrendo, para a grande realidade de si mesmas que é o seu auto conhecimento, a transformação para melhor e a adoção dos postulados que Jesus nos ensinou: o amor, o auto-amor e a caridade.
P - Como o Sr. enxerga o mundo atual?
R - A violência irrompe de uma forma catastrófica e penso que do ponto de vista psicológico e sociológico este é um estado intermediário da grande transformação que se opera na Terra. Nós, espíritas, consideramos esta a grande transição. Alan Kardec fazendo uma análise do planeta terrestre, a seu tempo - 1855-1869 - dizia, por informações dos espíritos, que a Terra era então um mundo de provas e de expiações em trânsito para um mundo de regeneração do qual a dor será banida.
P - Os conflitos sociais, as guerras religiosas ou não, o capitalismo selvagem é falta de amor a Deus e a si próprio?
R - Sem dúvida. Em um encontro de religiosos que tivemos na ONU em agosto de 2000, debatemos por quatro dias as razões que levam à guerra e também as propostas para que a guerra fosse extirpada do planeta. E, por unanimidade, todos chegamos à conclusão que somente quando o indivíduo se desarme emocionalmente é que será possível o desarmamento geral. Mesmo que se acabe os depósitos de mísseis, de armas químicas e biológicas, e o indivíduo odeie, ele recomeçará tudo outra vez, qual aconteceu no passado em que as lutas eram a golpes de murros, de pedras, de paus, depois das armas empíricas e hoje das sofisticadas.
P - Então Deus é a resposta para todos os males que afligem a humanidade?
R - Sem dúvida. Pouco importa o nome que se lhe dê: Alá, Jeová, Deus, causa única. Pouco importa o nome com que o rotulemos. Na hora que descobrirmos que somos o efeito de uma causalidade e a respeitarmos, detectaremos que nunca fugiremos da própria e nem da consciência cósmica.

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