A LENDA DAS TRÊS ÁRVORES - reflexão sobre a prece
A LENDA DAS TRÊS ÁRVORES - reflexão sobre a prece
Numa reunião de Espíritos, pediram ao velho Simão Abileno que falasse sobre a resposta de Deus às nossas preces.
Ele então, que era mestre na arte de contar histórias, repetiu uma antiga lenda, que faz parte dos contos populares de muitos países, e que diz assim . . .
“Num grande bosque da Ásia Menor, três árvores ainda jovens pediram a Deus que lhes desse destinos importantes e diferentes.
A primeira queria que sua madeira fosse empregada no trono do mais alto soberano da Terra.
Depois de ouvi-la, a segunda pediu para ser usada na construção do carro que transportaria os tesouros desse poderoso rei.
E a terceira desejou ser transformada numa torre, nos domínios do mesmo rei, para mostrar o caminho do Céu.
Quando terminaram de dizer suas preces, Deus enviou à mata um mensageiro seu, para que elas soubessem que seus pedidos seriam atendidos.
Passado muito tempo, quando elas já estavam crescidas, vieram alguns lenhadores e derrubaram as três árvores, deixando muito triste as árvores vizinhas.
Elas foram arrastadas para fora do bosque. Perderam seus galhos, folhas e raízes, mas não perderam a fé nas promessas do Criador.
E se deixaram conduzir, com paciência e humildade . . .
Mas elas jamais podiam imaginar o que veio a acontecer, depois de muitas viagens!
A primeira árvore caiu nas mãos de um criador de animais, que mandou transformá-la num grande cocho, para seus carneiros
A segunda foi comprada por um construtor de barcos.
A terceira foi recolhida à cela de uma prisão, para ser aproveitada futuramente.
As três árvores, mesmo separadas e em grande sofrimento, continuaram acreditando nas palavras do mensageiro celeste.
No bosque, porém, as outras plantas haviam perdido a fé no valor das preces.
E elas ficaram surpresas em saber que, muitos anos mais tarde, as três árvores foram atendidas em seus desejos . . .
A primeira que queria ser transformada no trono do mais alto soberano da Terra, transformou-se num cocho, que mais tarde foi forrada com panos singelos e serviu de berço para Jesus recém-nascido.
A segunda que queria ser transformada num carro que transportaria os tesouros desse rei, foi transformada num barco de pescadores, onde Jesus transmitiu sobre as águas, os mais belos ensinamentos.
A terceira árvore, que queria ser transformada numa torre nos domínios do mesmo rei, para mostrar o caminho do céu, foi transformada numa cruz, seguiu junto o Mestre para o Gólgota (calvário).
E assim, indicava o verdadeiro caminho do Reino de Deus.
Terminada a narrativa, Simão silenciou comovido.
Depois de uma pausa, com lágrimas nos olhos, ele concluiu:
- Em verdade, meus amigos, todos nós podemos dirigir a Deus as preces mais diversas, em qualquer parte e em qualquer tempo. No entanto, todos precisamos cultivar paciência e humildade, para esperar e compreender as respostas de Deus.
Adaptação de uma crônica do Irmão X, do livro “Cartas e Crônicas.”
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“Por isso vos digo, todas as coisas que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que vos sucederão.” Jesus.
Podemos pedir a Deus benefícios terrenos, e Ele pode nos atender, quando tenham uma finalidade útil e séria. Mas, como julgamos a utilidade das coisas segundo a nossa visão imediatista, materialista, limitada ao presente, geralmente não vemos o lado mau daquilo que desejamos. Deus, que vê melhor do que nós, e deseja o nosso bem,
pode então nos recusar o que pedimos, como um pai recusa ao filho aquilo que pode prejudicá-lo. Se aquilo que pedimos não nos é concedido, não devemos nos abater por isso. É necessário pensar, pelo contrário, que a privação nesse caso nos é imposta
como prova ou expiação, e que a nossa recompensa será proporcional à resignação com que a suportamos.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 26
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