Friday, January 05, 2024

Como ORAR ?

 

Como orar?

 

Não há postura nem fórmulas especiais para a oração, pois ela é uma ação espiritual. 

As preces que os bons espíritos nos ensinam visam a:

orientar aqueles que pensam que não oram por não saberem coordenar seus

pensamentos e colocá-los em palavras; chamar nossa atenção para determinados assuntos e verdades espirituais.

Jesus, em várias passagens do Evangelho, ensina como deve ser nossa atitude espiritual ao orar:

 

Com humildade

 

Temos de reconhecer nossa necessidade e estarmos receptivos.

Na parábola do Fariseu e do Publicano (Lc 18:10/14), o primeiro orava com orgulho, considerando-se muito correto e melhor que os outros, enquanto que o publicano se reconhecia errado e pedia misericórdia; o fariseu continuou como estava; o publicano recebeu o amparo pedido.

 

Sem ressentimentos

 

Não podemos estar em clima de mágoas ou desejo de vingança, quer sejam:

a)    Nossos para com outros: "Mas quando estiverdes em pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai que está nos céus vos perdoe os vossos pecados". (Mc 11:25).

b)  De outros para conosco: "Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante  do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta." (Mt 5: 23/24).

 

Com simplicidade

 

Não há necessidade de ostentação, exterioridades (gestos, posições especiais) nem verbosidade excessiva.

"E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.

Tu, porém, quando orardes, entra no teu quarto, e, fechada a porta, ora a teu Pai  que está  em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos

assemelheis, pois a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais". (Mt 6:5/8).

 

O atendimento

 

Além das condições que vimos, a prece, para ser atendida, deve: Ser um pedido justo

 

Jesus afirmou "Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco". (Mc 11:24).

 

Naturalmente, Jesus se referia a um pedido justo (possível, benéfico, oportuno). Em nossa ignorância, fazemos pedidos que nos parecem justos, mas, espiritualmente, talvez não o sejam. Neste caso, os mentores espirituais não endossam

nossos pedidos e até fazem pedidos contrários aos nossos. É como Paulo esclarece: "O Espírito intercede por nós" porque "não sabemos pedir como convém". (Rm 8:26/27).

 

Feito com perseverança

 

Geralmente, variamos muito em nossas orações diárias, desistindo de um pedido e começando outros. Por isso, a maioria parte dos nossos incontáveis pedidos "não chega a Deus". Para obter alguma coisa, é preciso uma certa energia (a fim de vencer a inércia das criaturas e dos elementos) e uma certa insistência (porque o assunto às vezes requer tempo para sua solução). Na Parábola do Amigo Importuno (Lc 11:5/13), Jesus aconselha que insistamos com fervor na oração, quando tivermos alguma verdadeira necessidade espiritual, até obtermos o atendimento.

 

Apoiado no merecimento

 

Existe um outro critério de avaliação espiritual dos nossos pedidos: o do merecimento. Na Parábola do Juiz Iníquo (Lc  18:1/18), depois de apresentar o caso de um juiz que não respeitava a Deus nem temia aos homens, mas acabou atendendo ao pedido de justiça de uma viúva, porque ela insistia sempre, Jesus pergunta: "E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los?" O pedido justo e reiterado, formulado por quem tem merecimento, será atendido, pois toda oração assim, de alguma forma, traz algum benefício para quem ora, mesmo que não seja o que esperávamos, mesmo que não percebamos que fomos auxiliados.

 

Conclusões

 

Quem ainda não exercitou o espírito na ação da prece, pode descrer da força que ela possui. Quem ainda não recorreu à prece, num momento de dor e desespero, ignora quanto conforto ela nos pode dar. Quem não usa a prece diariamente, está perdendo oportunidades valiosas de se ligar aos planos elevados do espírito, em que a nobreza, a bondade, o perdão, a esperança e a paz sempre vibram e nos aguardam.

Mas quem está cumprindo seus deveres, está orando. Quem trabalha alegre e não somente para si mesmo, está orando. Quem estuda, procurando entender a vida e os seres, para agir com certo, está orando. Quem se esforça por amar e servir, está orando. Porque orar não é apenas dizer

algumas palavras ou formular alguns pensamentos. Orar é ligar-se por uma atitude pura e ativa ao pensamento e à energia divinos que penetram todo o Universo.   

 

 

ATENÇÃO

 

Os Espíritos hão dito sempre: "A forma nada vale, o pensamento é tudo.

Ore, pois, cada um segundo suas convicções e da maneira que mais o toque. Um bom ensamento vale mais do que grande número de palavras com as quais nada tenha o coração." 

 

Os Espíritos jamais prescreveram qualquer fórmula absoluta de preces. Quando dão alguma, é apenas para fixar as idéias e, sobretudo, para chamar a atenção sobre certos princípios da outrina Espírita. Fazem-no também com o fim de auxiliar os que sentem embaraço para externar suas idéias, pois alguns há que não acreditariam ter orado realmente, desde que não formulassem seus pensamentos. 

 

 

 

COMO ORAR

 

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje e perdoa-nos as nossas  dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos de  todo mal, Assim  seja.” 

(Mateus, 6:9-13)

 

A oração, em essência, expressa sentimentos. Palavras ajudam a exprimi-los, mas podem também esvaziá-los, se repetidas muitas vezes.

Desaconselhável, pois, o uso habitual de fórmulas verbais, que transformam a oração em reza    idéias penduradas no cérebro, que se extravasam pela boca, sem interferência do coração.

Geralmente a reza assume características mágicas. O “Pai Nosso”, repetido algumas dezenas de  vezes, seria capaz de purificar o Espírito, invocar a proteção dos Anjos, resolver um problema. Usam-na, pessoas ingênuas, como uma fórmula cabalística, pronunciada mecanicamente, pensamento longe, pressa em chegar ao fim. Orações assim não ultrapassam o teto da

superficialidade    há muitas palavras e uma intenção, mas nenhum sentimento.

Às vezes, o crente formula promessas dizendo:  “Se  Deus  atender  a minhas rogativas, rezarei duzentas vezes o “Pai Nosso”, por intenção das Almas  sofredoras!”  Isto é mais lamentável ainda, porquanto se trata de um negócio que está oferecendo em troca de benefícios importantes não significa nada, em virtude das limitações impostas pela reza. O “Pai Nosso” não deve ser  tomado à conta de mera fórmula verbal, cuja poder esteja na quantidade de vezes que venha a ser pronunciado. É preciso recordar que, ao apresentar a oração dominical, Jesus propunha-se a

mostrar aos discípulos como orar.    

 

Richard Simonetti                 

 

 

 

A PRECE NOS APROXIMA DE DEUS 

 

Um homem esteve perdido por uma semana num deserto, sem água, sem alimentos . 

Salvo por uma patrulha que o procurava, foi imediatamente levado ao hospital.

Embora enfraquecido, estava bem.

Os médicos ficaram admirados.

Um milagre ter resistido tanto tempo.

E lhe perguntaram:

- Qual o seu segredo?

Ele sorriu e respondeu:

- Não sabem? . . . É simples. Eu orava muito. Deus deu-me forças e guiou os que me salvaram.

 

Realmente, é muito simples e, fácil de entender.

Deus, que tudo criou, que antes de tudo é nosso pai, como ensinava Jesus, um pai muito amoroso que olha por seus filhos, é a nossa inspiração, o nosso sustento, a nossa força, desde que estejamos dispostos a procurá-lo.

Dizem os espíritos na questão 659 no Livro dos Espíritos que, “orar a Deus é pensar nEle; é aproximar-se dEle; é pôr-se em comunhão com Ele. E que as três coisas que podemos nos propor por meio da prece é: louvar, pedir e agradecer.”

 

Louvar, é reconhecer a grandeza do Criador, Sua presença em nossas vidas e sentindo nEle o nosso apoio maior, nossa inspiração mais sublime, nossa esperança mais autêntica.

Pedir é o segundo propósito na oração, algo perfeitamente admissível, um direito de todo filho que se dirige a seu pai.

Há quem pergunte:  “Por  que  pedir? Afinal, Deus  conhece perfeitamente nossas necessidades . . .”

Quem raciocina assim desconhece que a oração não objetiva trazer Deus até nós, mas de elevar-nos até Ele; nem se trata de expor nossos desejos e, sim, de criar condições para receber Sua bênçãos, que se espalham por todo Universo. Estamos mergulhados nelas, diz André Luiz, como peixes no oceano. Todavia, para que as assimilemos é preciso que preparemos o

coração, a fim de não nos situarmos como um homem que morre de sede, embora dentro de uma piscina, por recusar-se a abrir a boca. Há quem reclame que suas preces não são ouvidas. É que pedimos o que queremos; Deus nos dá o que precisamos, e raramente compatibilizamos

desejos e necessidades legítimas.

O ideal, portanto, não é pedir que Deus nos favoreça nas situações da Terra, mas que nos fortaleça para as realizações do Céu, inspirando-nos o comportamento mais adequado, a atitude mais digna, o esforço mais nobre.

 

Em “Recados do Além”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Emmanuel oferece um modelo perfeito para esse tipo de oração, com palavras singelas que dizem tudo:

 

“Jesus! Reconheço que a Tua vontade é sempre o melhor para cada um de nós; mas se me permites algo pedir-Te, rogo me auxilies a ser uma bênção para os outros.”

Agradecer  é o terceiro propósito. Deus coloca à nossa disposição, diariamente, riquezas inestimáveis: As manifestações da Natureza, o conforto do lar, as possibilidades da inteligência, a disciplina do trabalho, a oportunidade de servir . . . Mil bençãos! . . . Se, ante as lutas da existência, desanimamos ou nos comprometemos no desajuste, não é por ausência da Providência Divina, mas, simplesmente porque o nosso cérebro está povoado por fantasias e ilusões, o coração possuído por sentimentos menos edificantes, daí não prestamos atenção aos sinais que Deus estende no caminho em favor de nossa segurança.

Quem cultiva a oração é mais forte, é mais resistente ao mal e aos sofrimentos, tem melhor orientação, enfrenta melhor seus problemas.

Porque Deus está ao nosso lado sempre, mas, infelizmente, raramente estamos ao lado de Deus. 

 

 

(Richard Simonetti – Presença Divina)


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Como Orar Apostila

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